terça-feira, 28 de junho de 2011

FORÇA SINDICAL SE VINCULA A UNIESP: INSTITUIÇÃO QUE, SEM ESCRÚPULOS,

Na atualidade, muitas das Universidades ou os Centros Universitários de “massa”, são
empreendimentos mercantis que representam os interesses de um conjunto de investidores que
esperam, nesse seguimento, encontrar prosperidade a partir da implementação da racionalidade da
produção. Entendem que a escola e a formação profissional são setores produtivos de controle
técnico e, portanto de ações mecanicamente estruturadas. Acreditam que o produto da formação
profissional se define muito mais pela experiência do que pela discussão teórico-prática presente na
formação acadêmica e que a oferta de trabalhadores ou o “exército de reserva” pode definir salários
rebaixados, ou mesmo, relações terceirizadas. Assim, o panorama das atuais relações de trabalho no
ensino superior privado indica um intenso processo de rebaixamento dos salários visto que a lógica
do lucro envolve o barateamento do trabalho do professor. A escola é, ainda, um dos poucos ramos
onde a tecnologia não objetiva plenamente o lucro e, portanto, o desemprego estrutural não se
evidencia com tanto vigor (apesar do dispositivo da educação à distância). Nesse sentido, a
instabilidade nas relações de trabalho do professor pode significar o principal elemento de
acumulação de recursos e definir a rentabilidade plena dos negócios da educação, instabilidade esta
que conta, inclusive com o não cumprimento das determinações da CLT ou das convenções
coletivas de trabalho nos processos de demissão.
No último dia 07 de agosto, formalmente a UNIESP – União das Instituições
Educacionais do Estado de São Paulo, incorporou as Faculdades Teresa Martin se apresentando
como responsável por um empreendimento de sucesso que, em um pouco mais de 6 anos, conseguiu
incorporar 10 Instituições de Ensino Superior.
O discurso de posse foi emblemático visto que o seu dirigente maior, Dr. José Fernando
Pinto da Costa, passou a apresentar a estrutura do empreendimento que dirige, salientando o aporte
financeiro que dispõe, o que permite, neste momento, incorporar novas Instituições de Ensino
Superior e até adquirir um prédio de dimensões significativas que pode sediar o ensino de até
30.000 alunos. O ápice de seu pronunciamento revelou o compromisso explícito com um segmento
político partidário, convidando os presentes a votarem num determinado candidato à presidência da
república, dando a nítida impressão de que seus funcionários deverão estar alinhados com os
princípios partidários que a Instituição apóia.
Esse assédio moral de cunho político partidário significou uma afronta explicita e
indicou, para a maioria dos professores presentes, um nível de compromisso da nova Instituição que
extrapola a mera afinidade com os preceitos políticos e remete a questão para o plano das
conveniências, mesmo porque o nome de representantes do poder executivo do partido em foco era
frequentemente lembrado para explicitar convênios ou mesmo demonstrar vantagens que já há
algum tempo a UNIESP usufrui.
Concretamente, essa nova direção da UNIESP, desconsiderando qualquer processo
consolidado na história das Faculdades Teresa Martin alterou violentamente o cotidiano do
trabalho, demitindo, de imediato, 4 coordenadores de curso (dos 4 coordenadores, 2 tinham mais de
18 anos de trabalho na Instituição) e alguns funcionários. As demissões oficialmente ocorreram a
partir do dia 12 de agosto e, sem considerar a legislação trabalhista, até a presente data (04 de
setembro) nenhum funcionário demitido recebeu as verbas recisórias de praxe estabelecidas por lei
ou convenção. Aqueles que buscaram informações junto ao Departamento Pessoal receberam a
notícia de que tais verbas serão “negociadas” e o pagamento “parcelado”, numa explícita alusão de
que direitos trabalhistas também são objetos de negociação. Será que podem ser?
Posteriormente a essa incorporação (UNIESP – Faculdades Teresa Martin), a imprensa
noticiou que o Dr. José Fernando Pinto da Costa, presidente da UNIESP em reunião com o Prefeitos
de São Paulo e Araçatuba: Gilberto Kassab e Jorge Maluly Neto, anunciava a criação da
Universidade do Trabalhador em parceria com a Força Sindical, Instituição que irá atender 30.000
trabalhadores, em prédio próprio, sediado na região central da Cidade de São Paulo.
Tal notícia coloca em evidencia o atual descaso que está submetido o trabalhador neste
país. Uma Central Sindical – Força Sindical é parceira de uma Instituição que em, apenas, 6 anos
consolida um patrimônio de dimensão questionável e se fortalece, entre outros, desrespeitando os
direitos do trabalhador. O “defeito” está na referida Central Sindical, na Instituição parceira ou nos
dois? Pergunta difícil mas que merece ser respondida, desde que a sociedade possa refletir sobre
ela. Por isso a necessidade da denúncia..
Julio Zorzenon da Costa
Luís Fernando de Freitas Camargo

Ainda to tentando entender como uma faculdade que responde a tanto processos desfila ao lado de prefeitos e autoridades públicas, se une a forças sindicais chego a me perguntar como sera  a relação com a UNE???  Afinal oque a por tras da UNIESP para ter tanto poder.... 
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